As comemorações religiosas no Rio de Janeiro, no início do século XIX, eram ocasiões de demonstração de riqueza e requinte. As ruas eram ornamentadas com velas, candelabros, e o calçamento, coberto por folhas e flores perfumadas.
Tais festas transbordavam das igrejas para as praças e ruas próximas, onde as negras quitandeiras vendiam café, bolos e biscoitos. A quantidade de pessoas presentes estimulava os vendedores ambulantes, que ofereciam desde galinhas e carne de caça, até capim para colchões.
A queima de Judas era uma das festas mais prestigiadas. O povo fazia um boneco de pano, recheado de capim e bombas. O boneco representava alguém antipatizado pela população, de modo geral, representantes do governo. No sábado da Semana Santa, uma multidão se reunia em lugar combinado e explodia o Judas, debaixo de vaias e palavrões.
Ao lado das feiras, os bailes misturavam danças portuguesas e africanas, envolvendo os pares. Havia leilões e muito foguetório. As janelas das casa ricas eram ornamentadas com colchas e toalhas de seda, damasco e veludo. As mulheres ricas espiavam de dentro de suas casas a folia do povo na rua, não se misturando a ele. As mesmas providências eram tomadas por ocasião de nascimentos, casamentos e aniversários da família real.
ALVES, Kátia Côrrea Peixoto e BELISÁRIO,Regina Célia de M. Gomide. Diálogos com a história. Sétima série;Curitiba;Positivo,2004; p.p.122-124.
3 comentários:
Um texto criativo, trazendo muitas novidades a respeito das festas no Rio de Janeiro.
Rosimary
Vocês deram um show, está muito legal. vocês levam jeito..aproveitem e continuem a usar com seus alunos. É uma ferramenta muito interessante...
Beijuxx Mônica
Meninas...também em outras províncias as festas de rua eram
momentos de alergia e descontração
para a população urbana e rural.
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